3 dicas para se comunicar com uma pessoa com Alzheimer – 15/09/2025 – Saúde Mental

Uma mulher jovem e uma mulher idosa estão sentadas juntas em uma cadeira. A mulher jovem, com cabelo castanho e liso, está sorrindo e abraçando a mulher idosa, que tem cabelo grisalho e está usando uma blusa azul clara. Ambas estão olhando para fora, e a mulher idosa está apontando para algo fora da janela. A luz natural entra pela janela, iluminando o ambiente.

Um dos desafios enfrentados por quem tem alguém com Alzheimer na família é como se comunicar com essa pessoa. A doença tem diferentes fases, desde os esquecimentos e a desorientação do início até o estágio mais avançado, com a incapacidade de reconhecer parentes próximos e dependência para realizar atividades do dia a dia.

A longo do progresso da doença, os pacientes podem apresentar episódios de agressividade ou de distanciamento —isso depende, é claro, da individualidade de cada um, do acompanhamento médico e das medicações utilizadas. Por isso é importante consultar médicos da família, geriatras, neurologistas ou gerontólogos.

Neste mês do Alzheimer —21 de setembro é o dia mundial de conscientização da doença—, um novo estudo desenvolvido pela professora do departamento de comunicação da Universidade de Connecticut Amanda Cooper, publicado no Journal of Family Communication, oferece recomendações efetivas sobre o que fazer e o que não fazer para se comunicar e apoiar a individualidade de um familiar que vive com demência.

“Essas recomendações podem ajudar as famílias a manter conexões significativas com um pai, uma mãe ou avós que vivem com demência”, diz a pesquisadora.

1 – Ajude a pessoa a se lembrar de quem ela é e do que fez

Primeiro, recomenda Cooper, ajude a pessoa a se lembrar de quem ela é e quem ela foi anteriormente em sua vida, recordando com ela, contando histórias do seu passado e apontando suas características positivas.

Preste atenção em como a pessoa responde a esse diálogo e ajuste sua abordagem conforme necessário, aconselha. “Isso pode significar reformular uma pergunta, dar dicas para ajudá-los a se lembrar, fazer perguntas complementares ou dar uma pausa na conversa, se necessário.”

2 – Cultive a conexão e o afeto

Segundo, cultive a conexão e o afeto dizendo “eu te amo”, dando um abraço ou um beijo, fazendo a pessoa rir, expressando gratidão pelo papel dela em sua vida ou relembrando momentos que vocês compartilharam no passado, acrescenta.

Estar próximo, sentar ao lado da pessoa e tocar na mão são atitudes simples que não precisam ser verbalizadas e que não exigem que o familiar dê uma resposta, apenas receba o carinho.

3 – Estimule a independência

Terceiro, não faça por eles algo que eles possam fazer por si mesmos. Evite responder por eles quando há uma terceira pessoa na conversa e ajude-os a encontrar as palavras certas apenas se pedirem, diz Cooper. Ao mesmo tempo, não peça que façam algo que não são mais capazes de fazer. Se não conseguem lembrar momentos do passado, não teste a memória deles pedindo continuamente que se lembrem.

“Apoiar a individualidade requer ajustar sua comunicação às capacidades atuais da pessoa”, afirma.

A pesquisa de Cooper se concentra nas formas como indivíduos e famílias enfrentam transições difíceis, particularmente no fim da vida. Neste estudo, ela e sua equipe usaram dados do StoryCorps, uma organização sem fins lucrativos que compartilha histórias e conversas de pessoas comuns para analisar a comunicação entre paciente com demência e seus familiares.



Folha SP

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