Casos de intoxicação por metanol chega a 25 em SP – 10/10/2025 – Equilíbrio e Saúde

Mesas e cadeiras plásticas vermelhas e amarelas dispostas em calçada de rua à noite. Ao fundo, três pessoas sentadas conversam em ambiente externo com iluminação baixa.

São Paulo registrou 25 casos confirmados de intoxicação por metanol segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde desta sexta-feira (10). Outros 160 casos estão sob investigação.

O estado é o epicentro dos casos no país. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 29 confirmações —além das registradas em São Paulo, há três no Paraná e uma no Rio Grande do Sul.

O número de suspeitas pelo governo paulista descartadas subiu para 189, com 37 eliminações após análises clínicas e epidemiológicas. O total de mortes permanece em cinco confirmadas, enquanto outras seis permanecem em investigação.

Em seguida, Pernambuco tem 31 suspeitas em análise, Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Rio de Janeiro (3), Espírito Santo (3), Goiás (2), Alagoas (1), Bahia (1), Ceará (1), Minas Gerais (1), Rio Grande do Norte (1) e Rondônia (1). Em relação às mortes, são investigados óbitos registrados em São Paulo (6), Ceará (1), Minas Gerais (1), Mato Grosso do Sul (3) e Pernambuco (3).

As informações do boletim do Ministério da Saúde são enviadas pelos estados e consolidadas pelo Cievs (Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional). O órgão considera o caso confirmado quando o metanol é detectado em exames laboratoriais.

Ainda na sexta, a polícia desativou uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo que produzia bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica de uso industrial.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, o grupo criminoso adquiria a substância diretamente em postos de combustível, onde era vendida como etanol adulterado, e a utilizava para falsificar destilados como vodca e uísque.

A operação que levou à descoberta do local foi motivada pela morte de duas pessoas por intoxicação. As vítimas, Ricardo Lopes, 54 anos, e Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos, consumiram as bebidas contaminadas no Bar Torres, na Mooca, um estabelecimento abastecido por uma distribuidora que comprava da fábrica clandestina. Tanto o bar quanto a fábrica foram interditados pelas autoridades.

Na quinta-feira (9), duas novas prisões ocorreram no estado de São Paulo no âmbito da operação contra bebidas adulteradas. Em São José dos Campos, um homem foi detido por fabricar e rotular bebidas de forma irregular em um depósito clandestino.

Em Cajamar, na região metropolitana, outro homem foi preso durante uma busca em uma adega. A polícia apreendeu cerca de 915 garrafas de uísque, vodca e gim com indícios de falsificação.

Derrite afirmou que não há indícios de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) na adulteração das bebidas. No início da semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, levantou a hipótese de participação do crime organizado, com base em uma ação policial contra a infiltração de criminosos em postos de combustível e no setor financeiro. No entanto, não há evidências disso que comprovem isso até o momento.

Desde 29 de setembro, já foram apreendidas mais de 20 mil garrafas de bebidas, 480 mil rótulos e 113 mil recipientes vazios. Ao todo, 49 pessoas foram presas, sendo 28 delas nas operações mais recentes.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que o próximo balanço dos casos será divulgado na segunda-feira (13), assim como o novo boletim do Ministério da Saúde.

Nesta quinta-feira (9), o Brasil recebeu um lote com 2.500 ampolas de fomepizol, um antídoto para o tratamento de intoxicações por metanol. O medicamento, que não estava disponível no país, foi adquirido pelo Ministério da Saúde em meio ao aumento de casos e mortes.

O Ministério da Saúde também afirma que o SUS está abastecido de etanol farmacêutico, produto que vem sendo utilizado nos tratamentos de intoxicação. A substância bloqueia o caminho pelo qual o metanol se transforma em ácido fórmico, mas provoca embriaguez como efeito colateral. O fomepizol faz o mesmo, mas com menor risco de efeitos adversos.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta sexta-feira (10) que o metanol usado na produção de bebidas adulteradas em uma fábrica clandestina de São Bernardo do Campo foi adquirido de postos de combustíveis. Segundo as investigações, o grupo criminoso comprava etanol adulterado com metanol, substância altamente tóxica e de uso industrial, para misturar a destilados como vodca e uísque.

Recomendação

Os órgãos de saúde recomendam evitar o consumo de bebida destilada que não saiba a procedência. O paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.

Os sintomas de intoxicação de metanol podem estar associados a dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até seis horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.



Folha SP

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