São Paulo, 25 de novembro de 2025 – O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) assinaram um acordo para aquisição de vacinas atualizadas por meio dos Fundos Rotatórios Regionais da OPAS, mecanismos que permitem compras conjuntas de suprimentos de saúde a preços competitivos.
O ato ocorreu nesta segunda-feira (24/11), no município brasileiro de São Paulo, durante participação do diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, na Reunião Plenária do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS).
A OPAS trabalha na identificação de outros produtores para consolidar um polo regional de produção de imunizantes, o que contribuirá para o aumento do volume de produção e beneficiará países com populações menores. A expectativa é que este arranjo leve à criação de redes produtivas entre países para atualização das vacinas utilizadas nas Américas, garantindo que a capacidade instalada no Brasil beneficie a saúde de toda a região.
“O Brasil passa a ter uma participação mais forte nos Fundos Rotatórios da OPAS. Não só para aquisição de medicamentos e vacinas, que agora fará de uma maneira mais sistematizada, mas creio que o Brasil tem também uma contribuição enorme com sua capacidade científica, tecnológica, de inovação, de produção”, afirmou o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.
“O Brasil pode ser um dos grandes fornecedores de vacinas, medicamentos e equipamentos médicos para toda a região das Américas e outras regiões”, acrescentou o diretor, citando que África CDC e o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Oriente Médio manifestaram interesse em se juntar a esses mecanismos.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a “OPAS é uma instituição fundamental para os nossos compromissos e sonhos de ser um líder regional que colabora com os outros países. O Brasil tem potencial enorme de ter uma presença cada vez maior na Região, contribuindo com a produção e acesso a vacinas”.
“Queremos também que os investimentos internacionais ao Brasil, de transferência de tecnologia, possam ocupar esse mercado de forma colaborativa em todo a Região, inclusive com compromissos plurianuais garantindo demanda aos fornecedores e abastecimento as nossas populações”, ressaltou Alexandre Padilha.
Paralelamente, o Brasil está fortalecendo as instituições nacionais, como Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Instituto Butantan, que passarão a produzir e fornecer suas vacinas aos países das Américas por meio dos Fundos Rotatórios da OPAS, impulsionando o ganho de escala e a autossuficiência na região.
A OPAS também seguirá trabalhando com instituições de toda a região para fornecimento de imunizantes via esses Fundos Rotatórios Regionais, incluindo novas tecnologias como a vacina contra o vírus sincicial respiratório (RSV) e a pneumocócica conjugada 20-valente (PCV20).
Fundos Rotatórios Regionais
Os Fundos Rotatórios Regionais da OPAS são mecanismos de cooperação técnica que ajudam os países das Américas a terem acesso a vacinas de qualidade, medicamentos essenciais e suprimentos de saúde pública, de forma oportuna e transparente.
Ao agruparem as compras e planejarem a demanda juntos por meio desses Fundos Regionais, os países têm conseguido obter preços acessíveis, economizando cerca de 50% em insumos de saúde pública e tendo acesso à linha de crédito. Só nos últimos dois anos, cerca de 180 milhões de pessoas na região foram beneficiadas por essa ação.
