Gengibre pode reduzir dores e náuseas e melhorar digestão – 14/12/2025 – Equilíbrio

Óleo de gengibre para compressa

O gengibre dá um toque picante a ensopados do dia a dia e a biscoitos de festa. Também é um remédio botânico associado a diferentes benefícios para a saúde.

Não se trata de uma cura para tudo, diz Megan Crichton, pesquisadora e nutricionista da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, que estuda a raiz. Mas ele pode ajudar a aliviar alguns sintomas, especialmente náuseas e dores, afirma. Veja, a seguir, alguns dos benefícios.

Alívio de náuseas

O gengibre é usado há milênios para tratar uma série de problemas —de resfriados e dores de cabeça a indisposições gástricas, dores nas articulações, fadiga e dores musculares. É uma especiaria tradicional na Ayurveda e na medicina chinesa, onde é vista como um ingrediente “aquecedor”, capaz de estimular a digestão, melhorar a circulação e aumentar a vitalidade. Parte desses usos já foi investigada em laboratório, com diferentes níveis de evidência.

Entre os efeitos mais bem estabelecidos está o alívio de náuseas, explica Kalgi Modi, cardiologista intervencionista da Louisiana State University Health, que orienta pacientes sobre o uso terapêutico do gengibre.

A raiz tem mais de 400 compostos químicos, mas dois deles —gingerol e shogaol— são os principais responsáveis pelo efeito anti-náusea e pelo sabor picante. Essas substâncias parecem bloquear mensageiros químicos ligados ao reflexo do vômito e acelerar o esvaziamento do estômago.

Os estudos se concentram sobretudo em náuseas relacionadas à gravidez e à quimioterapia. As pesquisas sugerem que o gengibre reduz de forma relevante a intensidade das náuseas nos dois casos e diminui a frequência dos vômitos entre pacientes em tratamento oncológico.

A maior parte dos trabalhos utiliza suplementos —cápsulas, comprimidos, pós e extratos— porque permitem doses mais padronizadas que o gengibre fresco. Ainda assim, especialistas dizem que todas as formas podem trazer algum benefício.

Para quem não consegue reter líquidos, Zhaoping Li, chefe de nutrição clínica da U.C.L.A. Health, recomenda chá de gengibre, balas ou suplementos.

Pode reduzir dores

Estudos também indicam que o gengibre pode diminuir inflamações ligadas a quadros dolorosos, afirma Crichton. Dados preliminares apontam boa resposta em dores no joelho provocadas por osteoartrite e em cólicas menstruais.

Para dores de cabeça ou cólicas, Modi sugere misturar suco fresco de gengibre com água e um pouco de mel, ou acrescentar fatias da raiz ao chá. Ela ressalva, no entanto, que o gengibre deve ter papel complementar —não substitui o tratamento médico.

Contribui para a saúde geral

Além de aliviar dores e náuseas, o gengibre pode atuar de outras formas.

Modi o classifica como uma “raiz medicinal” pelas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, que ajudam a proteger as células e reforçar o sistema imunológico. Há também indícios de que o gengibre melhora o controle glicêmico e ajuda a manter a pressão arterial sob controle, segundo Crichton.

Por ser consumido em pequenas quantidades, não é uma fonte expressiva de vitaminas ou minerais. Ainda assim, oferece doses moderadas de magnésio, potássio e vitaminas C e B6.

Qual é a melhor forma de consumir?

Não existe um formato mais saudável. O gengibre em pó é prático, enquanto o fresco traz nutrientes adicionais, como fibras. Para a saúde geral, especialistas recomendam cerca de uma colher de chá de gengibre em pó por dia, ou um pedaço de aproximadamente 2,5 cm da raiz fresca.

O excesso deve ser evitado, diz Crichton: doses muito altas podem causar desconfortos leves, como azia, refluxo e indigestão. Pessoas que usam certos medicamentos devem consultar um profissional de saúde antes de recorrer a suplementos.

Com seu sabor marcante, picante e levemente adocicado, o gengibre pode realçar receitas e até reduzir a necessidade de sal e açúcar, diz Modi.



Folha SP

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