Washington DC, 20 de outubro de 2025 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou um novo guia que fornece conselhos práticos sobre como criar prompts de Inteligência Artificial (IA) que geram conteúdo confiável, relevante e culturalmente apropriado em diversos contextos. A publicação visa promover o uso responsável da IA para melhorar a comunicação e a tomada de decisões em saúde pública.
Com o advento da IA generativa, a tecnologia avançou desde a análise de informações até a criação de conteúdo. As instituições de saúde pública utilizam cada vez mais a IA para elaborar alertas, traduzir relatórios para linguagem simples, desenvolver materiais educativos e simular respostas. Tarefas que anteriormente exigiam múltiplas rodadas de revisão agora podem ser concluídas com mais eficiência, desde que a IA seja guiada por instruções claras, específicas e orientadas para um propósito.
“A inteligência artificial gerativa tornou-se uma ferramenta poderosa para a saúde pública, mas a sua eficácia depende de como é instruída”, disse Marcelo D’Agostino, Chefe da Unidade de Sistemas de Informação e Saúde Digital da OPAS. “Um bom design de alertas é a chave para desbloquear todo o seu potencial”, acrescentou.
A publicação, AI prompt design for public health, sublinha que o valor da IA generativa depende da capacidade dos profissionais de orientá-la de forma eficaz para produzir conteúdo preciso e significativo.
Na sua forma mais simples, um prompt refere-se à instrução dada a um sistema de IA – seja uma pergunta curta como “Como a dengue pode ser prevenida?” ou um pedido mais detalhado especificando tom, formato e público, por exemplo: “Escreva uma mensagem educativa sobre vacinação para pais em áreas rurais, em linguagem clara e amigável”.
Por esta razão, a concepção de avisos eficazes pode ser considerada uma competência essencial para todos os profissionais de saúde pública – para aumentar a eficiência operacional e garantir que as mensagens sejam fiáveis, compreensíveis e accionáveis. No entanto, o guia também alerta para os riscos associados à utilização de IA generativa na saúde pública, especialmente quando o conteúdo pode influenciar o comportamento público, informar políticas locais ou apoiar esforços de resposta a emergências. Enfatiza a importância da supervisão humana para rever e aprovar todos os resultados gerados pela IA.
Entre as suas recomendações, a OPAS sugere que as instruções sejam tratadas como “protocolos vivos” – instruções que podem ser testadas, refinadas e adaptadas de acordo com o contexto, o idioma ou o público. Também incentiva as instituições a desenvolverem bibliotecas rápidas para promover a consistência e a eficiência no uso da IA em operações de saúde pública.
Esta publicação faz parte do Programa de Alfabetização Digital da OPAS, que visa fortalecer as competências digitais dos profissionais de saúde pública em todas as Américas. Também apoia a transformação digital dos sistemas de saúde, permitindo uma tomada de decisões mais rápida, mais precisa e de maior impacto para melhorar a saúde das pessoas.